18.9.07

Larry Bird the best ever

Na minha infância, não havia Michael Jordan. A discussão sobre quem era o melhor ficava entre Larry Bird e Magic Johnson. Eu preferia o Larry Bird.
Eu até concordo que, olhando pra trás agora, o melhor de todos foi o Jordan. Mas eu diria que foi por beeeeem pouco, e não é de se descartar que o problema nas costas do Bird - e sua prematura aposentadoria - tenha contribuído pra isso. Este vídeo é incrível.

16.9.07

What I ate

What I ate
David Shrigley

On Monday morning I got up at 8am.
For my breakfast I had 500 hard-boiled eggs and a cup of tea.
For lunch I had an old car tyre and a bucket of frogs and a carton of Ribena.For dinner I had a jar of anti-ageing cream and two metres of electric flex.

On Tuesday I got up at 8am.
For my breakfast I had a plastic ruler and next door's dog.
For lunch I had 53 pints of Guinness and then I went home early and went to bed.

On Wednesday I got up at 3pm.
For breakfast I had bacon and eggs, two cups of tea and some holiday brochures.
I didn't have any lunch because it was too late.
For dinner I ate my briefcase and all of my wife's clothing.

On Thursday I got up at 8am.
For breakfast I had a bottle of washing-up liquid and a car stereo.
For lunch I had the plumbing from an en-suite bathroom and two cups of tea.
For dinner I ate some important documents, a ski jacket, a staple gun, a pair of shoes, a packet of biscuits and some ice cream.

On Friday I got up early because I had a doctor's appointment so I didn't have time for breakfast.
For lunch I had a Cornish pasty and a cup of tea.
For dinner I ate all of the plants in our garden and a concrete paving slab.

On Saturday I got up at 8am.
I have to work on Saturdays.
For breakfast I had a bowl of muesli but I boffed it up on my trousers.
For lunch I ate the trousers that I had boffed up on and then I went to the barbers and got shaved bald and I ate all my hair on the way back to the office.
For dinner I ate an electric drill and some coleslaw.

On Sunday I got up at 9am and went to church without having any breakfast.
For lunch I ate a large gravestone and some grass.
In the evening I went out for dinner with my wife and I had scampi and she had lasagne.

Extraído do CD "Late Nighst Tales", do Nouvelle Vague

10.9.07

Big Mac

Eu realmente gostaria de ter criado isso, seria perfeito para o ideário estupidista, mas infelizmente a péssima idéia foi de Caetano Veloso e José Miguel Wisnik - e, pior, tem ar de seriedade.

Acabo de comprar o CD Onkotô ("Onde que eu tô", escrito pra parecer diferentinho), que os dois produziram para o excelente Grupo Corpo, de BH.

Horrível, em 80% do tempo. Para se ter uma idéia, uma das músicas se chama Big Bang e, num rap de péssima qualidade, tem, como refrão, believe it or not, esta passagem de inimaginável inspiração e profundidade:

"Se tudo começou num Big Bang,
tinha que acabar num Big Mac"

e, depois,

"lato-flou
fight-flucht
fiat lux
ptyx"

MEOOO DEUS!!!! Uma pena, o Grupo Corpo mereceria um pouquinho mais de esforço...

Para uma crítica mais paciente, séria e imparcial, vejam o blogue Cornocópia.

A real free man

Ontem de madrugada, sem sono, assistia, no Multishow, "Inside the actor's studios", que trazia uma entrevista com Morgan Freeman. Ótima em todos os momentos, especialmente em um no qual o ator reproduz uma conversa que teve com um crítico:

- How you about being the first person to play a black president of USA?
- I never playd a black president.
- And Deep Impact?
- I played a president. I can't play black.

Excelente... Pra um cinema que já produziu "the jazz singer", autodeterminação nunca é demais...

6.9.07

Larissa e o balão

Larissa sempre quis ter um balão, porque queria ver o mundo do alto. Ela era apaixonada pelas coisas que a envolviam, mas ela queria mesmo é as envolver, então precisava de um balão. Ela pensava que se visse tudo, poderia conter tudo, daí isso virou uma idéia fixa e ninguém poderia convencê-la de estudar, de trabalhar, de namorar, de coisa alguma: ela queria um balão.

Ela aprendeu a fazer um tal balão galinha. Ele funcionava assim: ela pegava uma folha de jornal, trazia para o centro as quatro pontas e as enrolava, como se fizesse uma sacola. Daí virava as pontas pra baixo e punha fogo nelas. A folha de jornal subia enquanto o fogo a consumia e isso, pra ela, era o primeiro balão. Várias foram as associações que ela, sem saber, fez entre o papel subindo e o fogo o consumindo, mas tais associações se conservaram muito ao fundo, então não atrapalharam ela em seu projeto.

Um dia a Larissa obteve seu balão. Ela não sabe dizer como isso aconteceu, então eu nem posso dizer que não foi um sonho. O fato é que ela entrou no balão, acionou a tocha e subiu. À medida que se elevava, ia vendo uma terra que nem conhecia. Era tudo diferente. Demorou pra que ela percebesse que aquilo que ela via era a mesma paisagem que conhecia lá de baixo. Com os olhos, ela poderia ir de um lugar a outro, num instante. Questionou o valor do tempo e da distância, mas logo abandonou essa idéia pra se entregar simplesmente à sensação de estar ali. Num dado momento, essa entrega lhe proporcionou a percepção de que o conhecimento que tinha daquela terra lá embaixo, na verdade, era fictício. Ela notou que, não obstante fosse o lugar onde ela naturalmente morava, aquilo se tornou todos os lugares que ela já conheceu, inclusive o lugar onde nasceu. Era tudo ao mesmo tempo, ela não tinha certeza se essa percepção era uma grande descoberta física ou só uma sensação, mas ela, no fundo, já tinha chegado no ponto em que uma coisa e outra não se diferenciavam.

À medida que o balão subiu e seu sonho se realizava, à medida que ela conseguia imaginar que abraçava não só a vila que queria possuir, mas toda a sua existência, seu presente, passado e futuro, ela começou a se assustar. De repente, sua vida pareceu limitada. Ela sentiu muita angústia e muita solidão, e passou a ter medo de acender a tocha para fazer o balão subir mais. Parecia-lhe que algo de balão-galinha havia no seu habitat. O pavor fez com que ela recuasse e encostasse as costas do lado oposto do cestinho, mas ao fazer isso ela sentiu como se caísse. Jogou-se, então no chão, primeiro de joelhos e depois deitada de lado, com as pernas encolhidas. Olhou para a tocha e notou que a havia deixado acionada. Sentiu pavor, não compreendeu por que fizera aquilo e teve certeza de que seu balão se queimaria e deixaria de existir. Quis fexar os olhos mas não conseguiu, permaneceu olhando atentamente para a chama e sentiu-se certa de seu destino.

Quase impossibilitada de sentir coisa alguma além de pavor, notou que, à medida que a chama se intensificava, o balão não subia mas, em vez dele, subia a cesta onde estava. Quis olhar o mundo, abaixo, mas não teve coragem de se levantar. Não notava sequer a cor do céu, então ela não poderia dizer se ela mudou ou não. Ela não sabia nem mesmo se respirava, mas estranhamente isso não tinha importância.

A cesta subia, subia, subia estranhamente, até que, num momento que ela não sabe exatamente descrever, a cesta passou para dentro do balão. Tudo se inverteu, a boca da chama, agora, estava acima, e a gravidade puxava no sentido oposto. Tudo estava invertido, e ela, que permanecia deitada de lado, encolhida, não teve vontade de se levantar. Ela crescia, a cesta se transformou em sua pele, ela crescia, crescia, e tocou, com as costas, braços, pernas, a superfície interna do balão. Não sentia mais medo, em que pese não compreendesse coisa alguma. Seus olhos se fecharam e ela via tudo cor-de-rosa. Todo o mundo que parecia lhe pertencer deixou de existir, assim como não mais existia a própria idéia de pertencimento. Tudo passou a se integrar de uma maneira completa, e pertencer a algo deixou de ser possível, desaparecendo junto com seu oposto. Aos poucos, perdeu a noção de tristeza ou de alegria.

Num momento, sentiu que todo o amor possível se dirigia ao balão. Em seguida, não soube dizer se o amor englobou o ódio, se a tristeza englobou a alegria, mas tudo se tornou uma só coisa. Não pensava mais, só sentia. Dormir ou acordar era o mesmo. Aos poucos, nada, absolutamente, poderia mais mudar. Já havia esquecido quem era. Ela não estaria mais diante da montanha, do rio, da água, do fogo, do céu, do pai, da mãe, porque nada disso existia, ela se tornara todas coisas possíveis, existentes ou por existir. A última coisa que desapareceu, junto com a última distinção, foi o tempo. Não havia mais momento, ela se tornara tudo e nada. Seu último instante durou a eternidade, e isso não lhe dava alegria ou aflição.

3.9.07

Formulário de reencarnação

Com a colaboração da querida Fernanda, vejam só a que ponto chegamos...

BeliefWatch: Reincarnate

By Matthew Philips
Newsweek


Aug. 20-27, 2007 issue - In one of history's more absurd acts of totalitarianism, China has banned Buddhist monks in Tibet from reincarnating without government permission. According to a statement issued by the State Administration for Religious Affairs, the law, which goes into effect next month and strictly stipulates the procedures by which one is to reincarnate, is "an important move to institutionalize management of reincarnation." But beyond the irony lies China's true motive: to cut off the influence of the Dalai Lama, Tibet's exiled spiritual and political leader, and to quell the region's Buddhist religious establishment more than 50 years after China invaded the small Himalayan country. By barring any Buddhist monk living outside China from seeking reincarnation, the law effectively gives Chinese authorities the power to choose the next Dalai Lama, whose soul, by tradition, is reborn as a new human to continue the work of relieving suffering.
At 72, the Dalai Lama, who has lived in India since 1959, is beginning to plan his succession, saying that he refuses to be reborn in Tibet so long as it's under Chinese control. Assuming he's able to master the feat of controlling his rebirth, as Dalai Lamas supposedly have for the last 600 years, the situation is shaping up in which there could be two Dalai Lamas: one picked by the Chinese government, the other by Buddhist monks. "It will be a very hot issue," says Paul Harrison, a Buddhism scholar at Stanford. "The Dalai Lama has been the prime symbol of unity and national identity in Tibet, and so it's quite likely the battle for his incarnation will be a lot more important than the others."
So where in the world will the next Dalai Lama be born? Harrison and other Buddhism scholars agree that it will likely be from within the 130,000 Tibetan exiles spread throughout India, Europe and North America. With an estimated 8,000 Tibetans living in the United States, could the next Dalai Lama be American-born? "You'll have to ask him," says Harrison. If so, he'll likely be welcomed into a culture that has increasingly embraced reincarnation over the years. According to a 2005 Gallup poll, 20 percent of all U.S. adults believe in reincarnation. Recent surveys by the Barna Group, a Christian research nonprofit, have found that a quarter of U.S. Christians, including 10 percent of all born-again Christians, embrace it as their favored end-of-life view. A non-Tibetan Dalai Lama, experts say, is probably out of the question.
© 2007 Newsweek, Inc.

Free Hit Counter
Free Counter